Sindicato de Atletas São Paulo
Expressão Paulista

Agora Coach, Jamelli palestra para jogadores momentaneamente sem contrato e elogia estrutura do Sindicato de Atletas SP

Ex-atacante conheceu o projeto Expressão Paulista, criado há mais de uma década para preparar a categoria

11, MAIO 2019 às 14:41:22

Jamelli (de branco) com equipe do sindicato e atletas do Expressão Paulista (foto: Fabio Giannelli | Soccer Digital)

Na última quarta-feira (8 de maio), o Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo realizou mais uma dinâmica de grupo com jogadores momentaneamente sem contrato e que treinam no Projeto Expressão Paulista.

Além da preparação física e técnica, os atletas que participam do projeto têm acesso a cursos de capacitação, palestras, além de receberem acompanhamento do Coach, Bruno Tsai.

O convidado da vez foi o ex-atacante Paulo Jamelli (ex-São Paulo, Santos e Zaragoza-ESP), que agora também desempenha a função de Coach e desenvolve trabalhos no esporte e no mundo corporativo.

Com ampla experiência nacional e internacional no futebol (atuou na Espanha e no Japão), Jamelli começou cedo e percorreu longa e vitoriosa trajetória dentro e fora dos gramados.  “Eu sou o que eu sou, porque eu fui forjado no esporte desde pequeno e consegui identificar os valores de respeito e competição, de saber ganhar, saber perder, respeitar os outros. Eu devo muito ao esporte, e tento passar também para os meus filhos.”

Após pendurar as chuteiras, o ex-atacante acumulou experiências como dirigente, técnico e gestor esportivo. Hoje, empreendedor e coach, leva aos atletas sua expertise não somente nos aspectos técnico e tático do esporte, mas também na gestão de pessoas e de carreiras. Em 2019, passou a representar o Olympique de Marseille na América do Sul.

“É uma grande satisfação poder retribuir para esses jogadores que buscam uma recolocação no mercado. O trabalho de Coaching é mais uma ferramenta para ajudar a ter essa gestão, e tudo na vida hoje você precisa ter gestão de pessoas. O Coaching ajuda muito isso, a ter essa informação para poder formar times vencedores dentro do esporte, em casa ou mesmo na família. Quando digo time é qualquer grupo de pessoas que tem que ser dar bem para a coisa funcionar” explicou.

COACH PARA JOVENS
“Eu acredito que tinha condições técnicas para jogar uma Copa do Mundo, mas claro era uma época diferente os jogadores que foram eram melhores que eu. Eu falo de poder jogar a Copa do Mundo porque acredito que se tivesse tido um trabalho de Coaching no começo de carreira, eu teria muito mais discernimento para escolher e tomar as decisões ou escolher as decisões melhores das que eu tomei. Poderia ter sido diferente, jogado em clubes maiores, ter feito contratos melhores também. O que eu vejo hoje desse pessoal mais jovem, essa molecada que está subindo e não só no futebol, mas no mundo inteiro, a necessidade de ter alguém como Coach. Só temos que tomar muito cuidado porque parece que é moda agora, todo mundo trabalha como Coach.  Tem que ter muita responsabilidade pois da mesma maneira que tem bons advogados, médicos bons e ruins, jogadores bons e ruins, também temos isso no Coaching. Hoje, como em outras áreas, eles têm a parte de complemento, nutrição. Na minha época era bem diferente, era fisiologia, preparação técnica e física. Até na parte técnica e tática o futebol evoluiu muito e o Coaching é mais uma área que pode ajudar em outras coisas. Eu não trabalho só com o futebol, mas com outros atletas de alto rendimento no golf, natação, maratona, MMA, enfim, em outros esportes em que você vê a evolução da pessoa só alinhando um pouco os pensamentos, o foco e vendo realmente o que ela quer. Ela consegue encontrar um caminho e isso é muito importante para o atleta, pois estão vivendo de quarta e domingo, a pressão todo o dia, você é bom na quarta, mas no domingo já não serve. Você faz um contrato bom e depois de dois meses é mandando embora porque já mudou tudo, então esses altos e baixos da carreira do atleta são importantes e se você não tiver uma base, não estiver preparado para isso, pode descambar e perder o rumo”.



TRABALHO DO SINDICATO SP

“O trabalho do Sindicato de Atletas de São Paulo tem que ser propagado e divulgado porque quando eu jogava não tinha isso. Sabemos a dificuldade que o jogador enfrenta ainda mais no Brasil onde o calendário regional é de quatro meses. Depois você fica oito meses batendo cabeça para procurar emprego, pois os clubes fecham as portas. Então é um problema que a gente tem e esse trabalho do Sindicato de Atletas aqui de São Paulo é sensacional. Estão de parabéns contem comigo para o que precisarem, para divulgar, para ser mais um “reminho” para remar para o lado certo, porque os jogadores precisam. É uma profissão que apesar de ser um esporte coletivo, acho que ele é o mais egoísta, o mais individualista, porque cada um tem que ver o seu lado e quando você consegue você dificilmente olha para os caras que estão com você. Por isso esse trabalho é fundamental, estou surpreso de chegar aqui e ver o que vi. Tem clube de primeira divisão que não tem esses campos para treinar, os profissionais que estão envolvidos, é uma iniciativa ótima para os jogadores. Ex-jogadores e dirigentes, todo o mundo na indústria do futebol teria que apoiar essa iniciativa para que tenhamos o mínimo de dignidade para esse pessoal. O cara fica sem receber, joga o campeonato regional, fica mais cinco ou seis meses sem trabalhar e as pessoas não olham para isso, acham que jogar futebol é fácil, que é o futebol que vemos na Champions League, jogadores milionários como Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar”.

Ao término da palestra, Jamelli conversou com o Canal ATLETACAST - Podcast oficial do Sindicato de Atletas São Paulo – e falou sobre a satisfação pessoal que tem ao compartilhar suas experiências com jovens jogadores. 

“É uma forma de retribuir ao futebol, tudo que o esporte me deu a vida inteira”.  

CLIQUE E OUÇA a entrevista na íntegra em mais um episódio do AtletaCast




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